terça-feira, 27 de março de 2012

Jundiaí

Ano passado, quando dormi no mesmo hotel na volta da viagem a Santiago do Chile e Sete Lagos argentinos, saí ainda escuro, sem mesmo olhar o Mar que banha o terreno. Tinha pressa, precisava chegar em casa antes do fim do dia, por motivos domésticos. Depois de trinta dias viajando quem sairia em viagem profissional era minha mulher.

Este ano essa pressa não existia. Tirei algumas fotos, tomei o café do hotel e decidi que não voltaria pela Régis Bittencourt. Não só para variar de estrada como para saciar um desejo de dois anos de conhecer a estrada que liga Curitiba a Apiaí. A famosa Estrada do Rastro da Serpente. Há inúmeros vídeos no YouTube de motos fazendo este percurso. São 1.276 curvas, segundo me disse o dono de uma lanchonete onde parei para tomar um café, acostumado a servir mototuristas.

Para quem rodou milhares e milhares de km nos intermináveis retões da Patagônia e Pampa era um "gran finale" merecido.

Em Curitiba, procurando a saída pelo excelente software Mapas do iPhone, as poesias e haikais dos poetas Paulo Leminski e Alice Ruiz vinham à memória sem parar. Com as placas apontando para Bocaiúva sabia que estava no rumo geográfico correto, assim como o rumo poético desses grandes nomes da poesia nacional. Sim, eles compõem uma não muito numerosa lista de nomes que tenho o prazer de ler. Com Alice, mulher do falecido Paulo, ainda tenho o privilégio de algumas parcerias em poemas e letras de música.

A estrada é para quem não tomou muito leite pela manhã. Certamente viraria manteiga no estômago. Uma delícia, com a Mata Atlântica fazendo a moldura do quadro à frente.

Não queria correr, queria refletir sobre a viagem, o prazer de viajar com o Carlos Escalante, meu amigo desde o os bancos primários escolares, os prazeres de conhecer Ushuaia, o "fin del mundo", a Terra do Fogo, a Ruta 40 argentina, as Torres del Paine chilenas, os glaciares argentinos, o lindo pico Fitz Roy e, sem dúvida o ponto mais alto, o que seria o clímax desta viagem, a Carretera Austral chilena, pilotando centenas de km entre as cordilheiras, entre parques nacionais com fauna e flora protegidos, em duras estradas de rípio e desbundanres rios cor de esmeralda.

Mas o Rastro da Serpente não permite distração. Depois de uma curva acentuada há outra ainda mais fechada, seguida de uma ainda mais. O tempo inteiro. Quando tive o terceiro arrasto das pedalarias no asfalto percebi que não era hora, ainda, de relaxar. Mesmo assim, tomando cuidado, ainda se seguiram vários sons indicando que a Honda Transalp estava no limite de sua inclinação.

Até cruzar o rio Ribeira, divisa entre Paraná e São Paulo, o asfalto é muito bem cuidado, as placas indicativas e as sinalizações na pista são um brinco.

Basta entrar em São Paulo para o cenário mudar completamente. O abandono da região é absoluto. Há trechos em que não existe mais, sequer, indicação que é uma rodovia estadual pavimentada. Os buracos e a falta de sinalização, o abandono de uma das entradas do Parque Estadual do Petar, demostram claramente que os governos paulistas viraram as costas para o vale do Ribeira e o Meio Ambiente, região que detém uma enorme fração do que resta da Mata Atlântica brasileira. Uma vergonha. Um frentista em Apiaí falou que somente a imprensa poderia ajudar, que deveria ser produzida uma série de reportagens sobre esse enorme problema, como única forma de obrigar os governos, estaduais e municipais, a tomarem as providências necessárias. Fiquei impressionado com a lucidez do rapaz de Apiaí. Acredito, sim, que esta vergonha deveria ser exposta em todas as futuras eleições paulistas.

O prazer de pilotar na Estrada do Rastro da Serpente se acaba e a vontade é vencer este trecho paulista o quanto antes. Entre Apiaí e Itapetininga, início da Rodovia Raposo Tavares, um segundo absurdo, dois pedágios caríssimos num trecho de rodovia ainda em mão dupla, numa perigosa estrada repleta de caminhões carregados, sem muitas alternativas de ultrapassagens. Com uma moto mais forte não é tão difícil, mas fico imaginando os motoristas de carros e caminhões que trafegam continuamente por ali. Ainda pior, e os ônibus escolares cheios de crianças? Mas as praças de pedágio, essas funcionando a pleno vapor.

Itapetininga, Sorocaba, anel viário, Rodovia do Açúcar que liga a Campinas, novo anel viário em Itu e a chegada em Jundiaí já no lusco fusco.

Tirei uma foto do odômetro total, marcava 14.676. Procurei a foto que tirei na madrugada que saí, um mês atrás, marcando o início da viagem, indicando 1.219 da nova moto comprada.

Total da viagem foi de 13.457 km de puro prazer.

Agora é começar a pensar em como viabilizar a viagem ao Alaska. Não tenho a menor ideia, mas uma única certeza, na Canadá terei uma boa guarida.

Também não sei onde, como e quando, mas levarei os canadenses para alguns passeios neste nosso lindo Brasil. Rio-Santos, com certeza, mas quero montar um pacote para que eles vejam que aqui é o país mais lindo do planeta.

domingo, 25 de março de 2012

Barra Velha

Ontem, em Porto Alegre, foi dia do aniversário da Luísa, 2 aninhos, filha do Carlos Escalante, meu parceiro de uma boa perna desta viagem. Chamo-a de princesa por merecimento.

Também revi o Marcelo Rech. No primeiro post deste diário conto sobre esta relação de amizade que já dura 44 anos.

Como preêmio, bônus, revi os pais do Carlos depois de uns 25 anos, ou mais. Os pais do Marcelo encontrei uns 6 anos atrás.

São parte do que chamo de família. Trato-os por tias e tios. Foi realmente muito bom.

Revi meus irmãos, sobrinhos e sobrinhas, meus pais, minhas roupas foram gentilmente lavadas e passadas e o tanque se encheu. Falo deste tanque que pulsa no peito apartado do nosso controle.

À noite, na casa de um dos irmãos, conheci um juiz gaúcho com quem tive o privilégio de discutir as questões do Conselho Nacional de Justiça e do projeto Ficha Limpa. Posso dizer que o Alexandre merecerá sua promoção a desembargador. O cara gosta do que faz, trabalha com brio, é juiz desde vinte e poucos anos, tem orgulho do ofício E afirma que o judiciário gaúcho é, via de regra, elogiável. Tem meu crédito.

Depois de percorrer a Free Way, famosa e boa rodovia que liga a capital ao litoral, fui encontrar com o Robson, nova amizade que o mototurismo me agraciou. Em Osório fiquei mais quase uma hora de uma conversa agradável. Deveria ganhar uma comissão da Honda, pois o Robson já está falando que quer pensar na possibilidade de trocar sua Kawasaki por uma XL 700 Transalp.

Convidei o Robson para ir me visitar e darmos um pulo nas praias entre Rio e Santos. Será um prazer ciceronear este novo jovem amigo.

E aí estrada. A BR. 101 está quase pronta. Por mais que tenham desviado rios de dinheiro no Ministério dos Tranportes, a obra está em fase de conclusão.

A noite chegou e entrei em Piçarras, para achar um hotel. Tudo apagado no hotel que me indicaram e segui pela avenida praiana até Barra Velha, município colado. Acabei chegando no excelente hotel Flanboyant, coincidentemente o mesmo que fiquei no último dia da viagem ao Chile, no ano passado.

Só dois hóspedes no hotel 3 ou 4 estrelas com diária muito em conta, incluindo jantar e café da manhã. Baixa estação tem ótimas oportunidades de acomodação.

E os dois mototuristas, de Monte Mor, pequena cidade perto de Campinas e Indaiatuba, ao lado da minha casa, vindos de um encontro em Florianópolis.

Mais duas amizades fáceis, Luiz e Ademir, que estão em Hondas, uma CB. 1300 e uma histórica 750 F, a Sete Galos, pra quem é da área. Os dois da minha idade, amigos de infância. Tive o maior prazer em ouvir suas histórias e contar um pouco desta minha viagem, mostrando as fotos e filmes neste iPhone.

sábado, 24 de março de 2012

Porto Alegre

Na saída de Treinta y Tres há um bom posto de combustível. Saímos do hotel pulgueiro carregando nossas bagagens, fomos até o borracheiro, carregamos a moto e fomos tomar café no tal posto.

Uma grande quantidade de motos, gente que iria para o encontro de motos em São Lourenço, ou algo assim.

Até Jaguarão são 130 ou 140 km. Chegando lá resolvemos dar uma olhada nas lojas, freeshops. Nem sempre a gente acerta mesmo. Não só esse consumismo não me estimula, como, muito ao contrário, me deixa absolutamente incomodado. A única coisa que poderia me interessar seria um iPad. Entrei em várias lojas e seu preço estava por volta de 1.000 dólares, modelo antigo. Nos EUA um novo custa 500 dólares. Liguei para o Guto e atendeu a Carol, em São Paulo. Em 30 segundos descobri que não deveria comprar. Perdi uma hora naquela cidade antes de partir, sem comprar nada.

A última fronteira, em Rio Branco, a mais fácil. A simpática senhora da imigração somente pegou meu papel de entrada pelo BuqueBus e me desejou boa viagem. Não mais que 10 segundos. A polícia uruguaia é um exemplo, como a do Chile. São honestos. Corrupção é uma raridade.

Argentina e Brasil deveriam seguir seus exemplos.

Mais e mais motos, todos se encaminhando para o tal encontro. Em uma parada para abastecimento conhecemos dois casais, um, brasileiro, placa do RJ, em uma BMW 1200 e outro, uruguaio, em uma Suzuki VStrom 1000. Alguns minutos de conversa e o cara com a placa do Rio se vangloriando que tinha ido até Vinha del Mar, no Chile. Fiquei quieto. Já estou cansado para conversas desnecessárias.

O Robson, que se mostrou um bom companheiro de viagem, administrador de postos de gasolina de uma rede que seu pai tem, ficou olhando e esperou a oportunidade para falar: "O meu parceiro está vindo de Ushuaia, Ruta 40 e Carretera Austral".

A conversa muda, as pessoas já olham diferente, baixam a crista, se interessam em saber das histórias, fazem perguntas sobre o vento, o frio, a excassez de combustível etc.

Não que o gaúcho, que mora no Rio, seja prepotente. A questão é que sempre há alguém que fez muito mais que a gente. Fico imaginando encontrar o Artur Albuquerque, o Ricardo Atacama, o Policarpo Jr e tantos outros que fizeram Ushuaia e Alaska, a turma dos Fazedores de Chuva etc.

Obs.: numa das fotos pode-se observar o protetor de manoplas quebrado no incidente de antes de ontem.














Treinta y Tres








Dormi apenas 4 horas em Colonia del Sacramento e peguei a estrada. Logo na saída da cidade, numa parte da rodovia que liga a Montevideo,  a Ruta 1 uruguaia, havia uma interrupção com obras na rodovia. O primeiro parado era uma moto, depois uma caminhonete e eu. Vi que a moto tinha placa do Brasil e encostei do lado. Era o Robson, de Osório, RS, em uma Kawasaki 1.000. Conversamos meio minuto e ele falou que iria me acompanhar.

Antes de pegar a Ruta 1 eu parei num posto Petrobras e comprei um mapa do Uruguai não só para colecionar como para ver um caminho que evitasse passar por Montevideo de novo. A cidade é linda, mas já a conheço de outros carnavais e há sempre um trânsito que incomoda.

Decidimos pegar a Ruta 11 e, depois, a Ruta 8. Na Ruta 11 passando por San Jose de Mayo e Canelones. Foi uma boa decisão. Cidades simpáticas no caminho e a Ruta 8 é ótima, um tráfego normal, não muito cheio e uma rodovia em ótimas condições.

Algumas das paisagens me lembraram quadros de Van Gogh, ou mesmo das paisagens que os impressionistas souberam tão bem pintar em sua técnica que nos coloca dentro de movimentos em tintas estáticas.

Uma frente fria estava nos acompanhando. Como estava muito cansado, a manhã foi muito improdutiva em km rodados. Parei um bocado de vezes para fotografar e em postos de combustível para tomar cafés e mais cafés.

Em determinado momento da ruta, vi um vendedor de doces e quinquilharias. Entre elas alguns pelegos. Parei. Já tinha visto algumas fotos de mototuristas com pelegos em cima dos bancos. Mike, um dos canadenses que fez a viagem em volta ao mundo, de 32.000 km, usava uma na sua BMW GS800 alugada em Santiago. Tinha comprado em Marrocos ou algum outro país do Norte da África. Naqueles dias de rípio brabo fiquei com a impressão que seria uma ótima opção para amenizar as horas e horas em cima da moto. Depois de negociar de 500 pesos para 380, o melhor que consegui, de R$ 50 para R$ 38, comprei o pelego e "pilchei" minha moto. Com um strep maior que tenho de backup ajustei a amarração e gostei um bocado da solução. Muito confortável. A única observação é que se a chuva chega você tem que parar e tirar o conforto.

No fim do dia, já escurecendo, chegamos na frente fria que seguia à nossa frente, não teve como evitar. Chuva, frio e noite. Hora de parar. A opção possível era Treinta y Tres. A cidade é relativamente simpática, mas um entroncamento de rodovias e onde todos param para ficar. Há três hotéis na cidade e alguns hostels. Na descida tivemos o mesmo problema, Carlos, Edmilson e eu, e achamos um hostel com ajuda de um vendedor de pneus.

Desta vez o cansaço não permitiu procurar mais. Como chovia não encontrava quem perguntar nas ruas. Os dois melhores hotéis fechados e fomos parar no pior dos três, bem no centro. Havia duas BMW GS 1200, com placa de São Paulo, estacionadas em frente, mas nunca vi seus pilotos.

Os quartos fediam a mofo. Arrumamos dois que compartilhavam um banheiro. Deixamos a bagagem por lá, liguei um ventilador velho que havia e saí para comer e tomar umas cervejas. A noite só seria possível por causa do cansaço acumulado e algumas cervejas para ajudar o sono.

Antes de sairmos para o jantar o dono do hotel nos sugeriu que procurássemos um lugar para deixar as motos porque ele não tinha estacionamento e não aconselhava que as deixássemos na praça. Achamos uma borracharia que aceitou guardar as motos, comemos uma parrillha e tomamos uns 5 litros de cerveja.

Nem quis saber do mofo, de banho, de nada. Caí na cama como uma pedra e consegui dormir umas 6 horas de bom sono. No dia seguinte, desafiando a sujeira do banheiro com minhas havaianas, tomei uma boa ducha e saí o mais cedo que pude daquele pulgueiro.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Colônia del Sacramento

Pois é, não fui até Montevideo. Quando cheguei no BuqueBus havia um erro na aquisição das passagens, minha e da moto, e tive que vir para Sacramento.

Mas...

Decidi subir de Rio Colorado para Buenos Aires por um caminho diferente da Ruta 3, que foi a opção de descida. Peguei a Ruta 33 e depois a 205. Dessa vez a escolha foi acertada. Somente 15 km a mais e uma paisagem bem melhor.

Quando estava a 180 km de Buenos Aires resolvi fazer hora num posto Shell com boa internet. A passagem era para às 23h59 e não queria pegar a hora do rush na megalópole.

Aí tive o maior susto da viagem. Já havia escurecido e o tráfego era relativamente intenso.

Ao ultrapassar um caminhão, depois de olhar que não havia carro na mão oposta, vinha um com as luzes apagadas.

O aperto foi tão grande que bati a mão esquerda no que imagino ser o espelho retrovisor do maldito imprudente. O protetor de manoplas da esquerda foi quebrado. Por um triz não terminei essa viagem de forma trágica.

Parei imediatamente para me recobrar do susto. As pernas tremiam e o coração foi parar na boca.

Fiz os últimos 100 km a menos de 90 km/h com um enorme desconforto.

Chegando na estação do BuqueBus, em Puerto Madero, vi que o plano de ir para Montevideo tinha furado. Arrumei uma alteração de passagens para Colônia de Sacramento e fui fazer a imigração. Realmente o fim do dia não estava dos melhores. A policial invocou que eu não tinha o papel de entrada em Futalefu/Esquel. Disse para ela que o policial de lá não tinha me dado , apesar de eu insistir algumas vezes. A policial estava invocada, não quis entender e me disse para procurar a supervisão de imigração, que eu deveria pagar uma multa etc.

Fui até a tal supervisão, me falaram que era uma multa de 100 pesos e eu disse que pagava, sem problema.

Pediram para eu contar por onde tinha entrado e a explicação foi longa.

- entrei em Buenos Aires na vinda, pelo BuqueBus
- saí na Terra do Fogo, para entrar na parte chilena da ilha
- entrei de novo na Terra do Fogo, depois de passar o pedaço chileno.
- saí na Terra do Fogo, quando fui para Punta Arenas
- entrei de novo quando voltei, depois de visitar Torres del Paine, caminho de El Calafate, para pegar a Ruta 40
- saí de novo em Los Antiguos, quando passei para o Chile para iniciar a Carretera Austral
- entrei de novo em Futalefu

Queria sair por Buenos Aires.

A outra mulher, a tal supervisora, pegou minha identidade e me mandou esperar. Depois de alguns minutos voltou com um papel impresso do sistema que confirmava todos os passos acima e me disse que eu não precisava pagar a tal multa.

Me deu a tal impressão e voltei para a primeira policial que ainda me encheu mais o saco resmungando um bocado. Como eu já estava cansado demais, deixei a mulher mal amada falando e fiquei com meus pensamentos em casa, que já estou quase chegando, só faltando pouco mais de 2000 km etc.

Cheguei em Colônia 03h00 e entrei no primeiro hotel que achei. Só consegui dormir às 04h00 e acordei às 07h00.

Daqui sigo até Pelotas, que não conheço, apesar de ter passado ao lado por umas 5 vezes.

Sem dirigir mais à noite. O susto de ontem foi suficiente.

Cruzei, no BuqueBus com 4 caras do Rio, de Jacarepaguá, em suas Harley Davidson. Estão voltando de um encontro de moto que houve em Mendoza.

Rio Colorado

Acordei antes dos galos e peguei a estrada para Buenos Aires. Muita distância para um só dia, então a idéia era rodar o máximo possível.

Logo de manhã comecei a ficar enfadado. Ano passado havia passado por este caminho e a repetição incomoda.

Decidi subir um pouco mais pela Ruta 40 e fui até Zapala.

Nem sempre acerto. Foram 180 km a mais e uma região sem muitos atrativos.

Em Neuquen mais atraso por falta de gasolina nos postos. Cidade enorme. Tive que esperar um caminhão descarregar para abastecer a moto. Enquanto isso o dono do posto veio conversar comigo. Também tem uma Transalp e fez uma viagem que deve ser muito interessante, pelo trajeto original da Ruta 40, indo mais ao norte. Me disse que tem que passar por fazendas, abrindo porteiras e cruzando rios sem pontes no caminho.

Cheguei em Rio Colorado já de noite, achei um bom e barato hotel de beira de estrada e pedi ao meu irmão para comprar uma passagem do BuqueBus de Buenos Aires para Montevideo.